Feitiche

Texto tirado do Blog: http://ghostwish.blogspot.com/

FEITIÇO. É DAÍ QUE VEM “FETICHE” (do francês, fétiche). Se por um lado a palavra era usada para referir-se a superstições em tribos africanas, por outro – o da psicologia –, entrou para um contexto sexual. Na década de 1970 alguns estudiosos acreditavam que o fetichismo não era uma incapacidade de amar ou se interessar por uma pessoal real, e sim apenas por uma parte dela. Hoje, porém, dá-se sentidos mais amplos.Especialistas em sexualidade afirmam que o fetiche pode se originar de diversas formas. Há quem defenda que, em maior ou menor grau, todos nós temos um. “Cada pessoa sente-se mais atraída por determinado estilo de vestimenta ou por indivíduos dotados de certos atributos ou características físicas”, escreveu o psicólogo especializado em Terapia Sexual Oswaldo Martins Rodrigues Junior, em seu livro Objetos do desejo – Das variações sexuais, perversões e desvios (Editora Iglu).Não dá para identificar um fetichista no dia-a-dia só ao conversar com ele (ou ela). De fato, a maioria é de homens, apesar de haver muitas adeptas. “Não há um código ou sinal. Alguns escondem-se nas pessoas mais improváveis”, conta a ginecologista e terapeuta sexual Franciele Minotto. Ela lembra que é preciso diferenciar fetiche de parafilia. “Fetiche é quando você se excita com, por exemplo, bota de couro ou ver alguém transando, mas isso não é o único meio de se excitar, é algo como uma fantasia que às vezes você se permite. Parafilia é quando você só tem desejo com determinada prática, como o exibicionista que só se excita se alguém o estiver espionando ou assistindo a tudo. Isso torna o prazer um pouco limitado”, explica a médica.Segundo Diego Henrique Viviani, psicólogo e pesquisador associado ao Instituto Paulista de Sexualidade, direcionar o erotismo como forma de obtenção maior de prazer indica um comportamento bastante interessante para um casal.No entanto, quando isso não está bem adaptado entre o homem e a mulher, há um impedimento de vida sexual satisfatória. “Ou seja, quando um fetichista encontra uma pessoa que corresponda às suas fantasias, pode ser muito bom, mas quando não, pode surgir uma dificuldade”, diz o psicólogo. “Porém, muitas vezes não é preciso mudar o comportamento, e sim fazer um trabalho de adaptação para que essa conduta se torne mais aceitável.”Fantasia = fetiche? Não. O primeiro é só imaginário, enquanto o segundo é posto em prática. Por isso, preferimos o fetiche.Cinco respostas sobre o fetichismo:Fetiche é algo passageiro ou quem tem, terá a vida inteira?Depende. “Muitas pessoas conseguem satisfazer um desejo sexual uma única vez e isso é o suficiente, outras precisam unicamente dos fetiches para ter prazer”, conta o psicólogo.A educação sexual repressora leva ao fetiche? Ou é o contrário?Segundo a doutora Franciele Minotto, a educação repressora é maléfica para toda a sexualidade. “O máximo que essas pessoas conseguem é ter pequenas fantasias.”Quem é fetichista deve conversar com os parceiros sobre isso?Sim, principalmente se o fetiche for a única forma de obtenção de prazer dessa pessoa. O fato de conseguir expor essa preferência de forma clara pode possibilitar um encontro sexual mais prazeroso.Quais os fetiches mais comuns?“Não há estudos sobre isso, mas a mídia tem nos assinalado algumas práticas, como sexo em lugares públicos, a podolatria, lingerie e roupas de couro”, explica Diego Henrique Viviani. Já a ginecologista e terapeuta sexual Franciele Minotto, em sua experiência profissional, aponta o voyeurismo, exibicionismo e sadomasoquismo.É comum reprimi-lo e nunca colocá-lo em prática?Pode acontecer, por medo de repreensões e discriminações. Um profissional especializado pode lhe ajudar a manter fetiches e exercer sua sexualidade de forma prazerosa. Quem sofre de ansiedade por não saber aceitá-lo também deve recorrer à psicoterapia, reduzindo sentimentos de culpa.FETICHE: Espiá-la, deixar que beije os seus pés ou amarrá-la são práticas que só tornam esse corpo mais belo e estimulam ainda mais o prazer. “se ela concordar com isso tudo, é lógico”.Texto Raquel Maia / Ilustração: KakoFonte: Revista Um

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